terça-feira, 25 de outubro de 2011

NU

Rasguei a minha fantasia... enfim um dia tive a coragem de me mostrar ao mundo e, mais imprescindivelmente, a mim mesmo, todo o lixo de mim mesmo. Séculos atávicos de dor e recalque, repressão, culpa e degradação jogados ao vento como simples poeira sem importância ao enorme contigente da humanidade. Já não interessava mais. Somente o objetivo final, o abençoado silêncio, contava.
Valeu a pena? Houve a paz tão esperada? Resposta em processamento... Vida em processamento... Início de processamento... Dor ainda presente... Feridas ainda abertas... Sangue jorrando como nunca... Mas olhos totalmente abertos... E coração, embora inquieto, cioso do caminho a seguir... Espero.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

NÚCLEO INCANDESCENTE

Acredito que o termo "crise existencial" possa ser definido como uma série de acontecimentos, emoções, sentimentos ou circunstâncias que confluam inexoravelmente na dúvida atroz de que um dia você tenha realmente existido com ser individual, senhor de suas preferências e detentor de suas peculiaridades. Reflito desta maneira pouco otimista porque me encontro exatamente neste ponto incômodo e, ao mesmo tempo, absolutmente fundamental e decisivo em minha "existência" (ainda não defini sua realidade...). Explico: é, de certa forma, senso comum, que sejamos cruéis produtos do meio, "cebolas" constituídas por infinitas camadas de tóxico lixo ancestral inadvertidamente sobre nós  amontoado das mais diversas fontes e que, até mesmo, nos convençamos de que nossas vidas seriam inviáveis sem tais processos alieno-socializantes. Bem, não se trata aqui de questionar as ferramentas de operacionalização do convívio social ou de manutenção da subsistência, mas apenas de discutir o papel do pensamento pré-concebido como gerador de prazer e felicidade genuínos, sejam quais forem as acepções destes termos. Sabemos quem realmente somos a esta altura do campeonato? O que queremos? De que gostamos? O que nos causa repulsa? Algo nos causa verdadeira repulsa? Me cansa negar as sombras que passeiam constante e sorrateiramente, mas concreta e legitimamente em meu interior, porque, talvez, pô-las para escanteio seja justamente gritar a altos brados 'EU ME ODEIO COMO REALMENTE SOU". Definitivamente, não creio que nenhum psicanalista moderadamente competente consideraria este expediente algo salutar. Porém, é exatamente o que TODOS fazemos a cada segundo imperceptivelmente, com o subterfúgio de que a sociedade necessita de ordem. Qual é a ordem que sobrevive da tristeza, da dor e do arrefecimento da verdade? Qual é a justiça de uma sociedade que anestesia das mais variadas formas o horror de não poder ser quem realmente é? Estou triste por mim e pelo tempo que perdi tentando manter a infelicidade permitida e aceita socialmente. Tô fora...

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

MISERY DOES LOVE COMPANY

Feriado no meio da semana costuma ser como alguns tipos de cogumelo. Eu explico, vc sabe que dão um toque especial ao prato, mas não tem um sabor lá muito marcante. Não é possível programar uma viagem interessante ou mesmo (na minha idade, pelo menos) curtir uma noite de balada intensa, da qual irei me recuperar somente após uns 3 dias (quem me viu...). Hoje, no meu caso, dia de trabalho e estudo intensos, o que me trouxeram, apesar de tudo, algum prazer. Realmente devo estar passando por um terrível período de confusão psico-espiritual, visto que, há alguns anos, tal fato me traria nada mais do que náusea. Ou (conclusão na qual tenho o supersticioso prurido de quase não tocar) minha vida se tornou de tal forma enfadonha que um dia de trabalho, ao invés de ócio puro e simples, se tornou o supra-sumo da excitação... Cruz-credo!!! Prefiro acreditar que sou um incorrigível workhaholic, CDF, caxias, aficcionado por atividade e outros adjetivos pelos já utilizados para me qualificar. Bem, estou em casa em bendito e merecido descanso, já prevendo amanhã mais um dia de intensa atividade, porém já acompanhada pelo restante da população brasileira e desta cidade que eu tanto amo, o que me deixa bastante aliviado. Afinal, descer ao inferno acompanhado tem o seu grau de prazer. Ou não?

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

ENFIM, ALGUM PRAZER...

É incrível como nos esquecemos daquilo que algum dia foi exatamente aquilo que nos definiu... hoje, voltei à posição de aluno. Iniciei um novo ciclo de aprendizado, de aprimoramento pessoal e profissional que há muito tempo deveria ter implementado, mas, enfim, it´s never too late! Não preciso dizer que, após um dia inteiro apenas ouvindo e assimilando (o que é o equivalente, para mim,  a um macaco recusar reiteradamente um cacho de bananas, pois quem conhece minha natureza falastrona, sabe muito bem o quanto me é difícil permanecer 6,7 horas em silêncio), minha mente parece ter sido surrada como aqueles tapetes empoeirados em dia de limpeza após o fim de um longo período de uso. Porém, com que prazer me vem tal constatação! Há quanto tempo me transformei neste autômato que só pensa em cumprir horários e pagar contas (o que é, obviamente, uma necessidade premente, visto que eu não me enquadro no hall dos "nascidos em berço de ouro")? Porém, extrapolando somente a questão do trabalho/aprendizado, e me aprofundando nas entranhas do meu mal estar, eu me questiono incontinenti: quando foi que eu inadvertidamente desisti de ter prazer na vida? Quando foi que eu dei a mim mesmo este direito? Há quanto tempo venho entorpecendo repetidamente  meu raciocínio, repetindo as mesmas fórmulas para resolução de problemas diariamente, "emburrecendo" em velocidade galopante? Definitivamente, perguntas inquietantes para esta mente (ou este "coração", eu diria mais propriamente) constantemente inquisitória. Bem, tomei um remedinho pra dormir porque quero acordar mais cedo amanhã e ter o prazer de aprender um pouco mais. Quem sabe nesse entremeio não me surge algum insight. Seguimos protestando...

domingo, 4 de setembro de 2011

TWO AND A HALF MEN.

Ashton Kutcher no lugar de Charlie Sheen em "Two and a Half Men"? Vai ser algo parecido como aquelas mudanças de atores inexplicáveis que aconteciam naquelas novelas mexicanas que eu via quando eu era criança (eles realmente acreditavam que a gente não percebia???). Eu, particularmente, nunca achei o seriado nada genial e Sheen sempre me pareceu estar com uma obstrução nasal crônica (preciso dizer alguma coisa?...), mas este tipo de remendo só pode significar uma coisinha... desespero. Quem aposta comigo em última temporada?





Fenômenos...

Sinto tanta falta da época em que os grandes fenônemos da arte e da cultura eram menos efêmeros... Sinal dos tempos. Afinal, ao menos, era-me dada a oportunidade de conhecê-los com um pouco mais de profundidade e apreciá-los antes que se tornassem gastos e óbvios e caíssem no completo e total ostracismo a que todo os fatos submetidos à apreciação deste cruel animal humano estão submetidos. Toda esta introdução escorreita e pedantezinha para validar o fato de que eu estou assistindo ao programa da Marília Gabriela, que está hoje entrevistando a Thalita Carauta e o Rodrigo Sant´Anna (Valéria e Janeth), atores do "genial " asilo de humoristas decadentes "Zorra Total" e os classificou como "os novos fenômenos do humor brasileiro", predicativo que, se não me falha a memória, já foi utilizado para classificar outros artistas como Maria Clara Gueiros e Katiúscia Canoro. Bem, vejamos, concordo que os jovens atores são bastante talentosos e, sem dúvida alguma, de frutífera criatividade dentro da mesmice em que se encontra a TV brasileira (aberta ou paga), mas o qualificativo de "fenômeno" me parece mais propaganda para vender sucesso momentâneo e a própria entrevista. Historicamente, sabe-se que o "sucesso" no supracitado programa de humor se deve a repetição de fórmulas e bordões, que se esgotam rapidamente após algum tempo, o que parece ser o caso, infelizmente, quando se trata dos entrevistados de hoje. Uma pena, visto que os atores parecem apresentar grande potencial. Espero sinceramente que se modifique o rumo para o abismo de empalidecimento para o qual parece mais uma vez se encaminhar uma revelação interessante, para que acima de "fenomênicos", possam os artistas mostrar-se "sólidos". Seguimos esperando...

domingo, 3 de outubro de 2010

INÍCIOS

Ocorreu-me um dia destes que a felicidade da vida baseia-se em tornar-se observador de cada um dos momentos singulares em que ela se nos apresenta. Sorver a doçura do instante e seguir em frente. Participar quando preciso e tornar-se testemunha de sua própria participação. De monges budistas a gurus de auto-ajuda no estilo Polishop, todos dizem o mesmo. Afinal, deve haver um matiz de verdade em tudo isso. Inauguro então este espaço para observações. Sejam em linguagem escorreita ou brasileira da gema, todas as opiniões (deste que vos escreve ou de quem tiver o tempo para segui-lo) são extremamente bem vindas e preciosas. Seguimos em frente...